Top 10 músicas do Iron Maiden inspiradas em livros, filmes ou séries
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O Iron Maiden é conhecido por fazer músicas inspiradas nas mais diversas fontes: fatos históricos, lendas, personagens icônicas e, é claro, livro, filmes e séries. No caso destes três últimos, quais seriam as músicas que mais se destacam?
10) To tame a land
O álbum Piece of Mind, de 1983, é um dos melhores já lançados pelo Iron Maiden. Não é à toa que três de suas músicas estão presentes nessa lista e sua última faixa é inspirada em Duna, famoso livro de ficção de Frank Hebert, que virou um filme bem tosco em 1984 e deve ganhar uma refilmagem ainda em 2021.
Alejandro Jodorowsky tentaria lançar uma versão para o cinema em 1970, tendo até mesmo Moebius em sua equipe criativa, mas o projeto não emplacou. De qualquer forma, Duna e Iron Maiden tem uma história engraçada. A ideia original da banda era nomear a música simplesmente de “Dune”. O produtor da banda então ligou para o autor, Frank Hebert, para pedir autorização, e o cara negou, simplesmente dizendo que odiava heavy metal e em especial, o Iron Maiden. A banda então decidiu mudar o nome da música para “To tame a land”.
He rules the sandworms and the Fremen
In a land amongst the stars
Of an age tomorrow
He is destined to be a King
He rules over every thing
In the land called planet Dune
9) Man on the Edge
Música que faz parte do álbum The X Factor, primeiro com Blaze Bailey no vocal e odiado por muitos fãs. É de se entender, já que o vocal de Bruce Dickinson é incomparável, mas eu particularmente gosto da fase do Blaze, que teve curta duração (esse álbum e mais um).
Essa música, em particular, é uma homenagem ao famoso filme “Um Dia de Fúria”, estrelado por Michael Douglas, que mostra um cidadão comum despirocando de vez antes os problemas de sua cidade e inicia uma cruzada contra donos de loja aproveitadores, franquias de fast-food com propagandas enganosas e marginais de todo tipo, enquanto tenta apenas reencontrar sua família para dar um presente de aniversário para sua filha.
Antes ele trabalhava no Departamento de Defesa dos EUA e fora demitido e a música deixa explícita essa homenagem nos seguintes versos:
Once he built missiles a nations defence
Now he can’t even give birthday presents
Across the city he leaves in his wake
A glimpse of the future a cannibal state
Clássico.
8) Where Eagles Dare
Faixa de abertura do Piece of Mind, essa música é inspirada no filme homônimo de 1968 estrelado por Clint Eastwood, que possivelmente também tenha servido de inspiração para o filme de Tarantino “Bastardos Inglórios”, já que trata da invasão de uma fortaleza nazista nos alpes.
Música poderosa, que fez parte inclusive da última turnê mundial do Iron, “Legacy of the Beast”. Seu refrão é simplesmente sensacional.
They dared to go, where no one would try
They chose to fly where eagles dare
7) Flight of the Icarus
Mais uma do Piece of Mind. Na verdade não se trata de livro, filme, ou série, mas de um conto da mitologia grega, a lenda de Ícaro, conhecido por desobedecer seu pai e voar perto demais do Sol. Como resultado, as chamas solares acabam queimando suas asas e ele cai.
O conto é, naturalmente, uma analogia à arrogância e suas consequências: eventualmente, você cairá. A música, no entanto, subverte a lenda original de maneira inteligente, contando-a do ponto de vista do filho. Em seu entendimento, o motivo da queda aqui é a traição de seu pai.
His eyes seem so glazed
As he flies on the wings of a dream
Now he knows his father betrayed
Now his wings turn to ashes, to ashes his grave
Essa é daquelas que dá vontade de cantar com o refrão.
Flyyyyy
On your wayyyyyy
Like an eagleeeeeee
6) The Prisioner
Essa faz parte dos “early years” do Iron. Terceira faixa do álbum que faz a banda explodir de vez, ou seja, The Number of the Beast, de 1982. A música é inspirada na série homônima de 1967 e inclusive começa com as frases de abertura da série:
We want information, information, information
Who are you?
The new number 2
Who is number 1?
You are number 6
I am not a number, I am a free man!
(risada sarcástica)
A série é sensacional, cheia de simbolismos e suspense, sendo atual ainda hoje. Conta a história de um agente secreto que acorda em uma ilha sem lembranças de como foi parar lá. A cada episódio, ele tenta escapar, sem sucesso. Falei dela com detalhes aqui, caso queira saber mais sobre esse clássico.
5) Children of the Damned
Também parte do Number of the Beast, é inspirada em um filme de 1963 de mesmo nome, que por sua vez é sequência do filme de 1960, Village of the Damned. O plot aqui é digno de um episódio de “Além da Imaginação”. Em uma cidadezinha, um estranho fenômeno faz todas as pessoas repentinamente desmaiarem sem razão aparente. Quando as coisas voltam ao normal, todas as mulheres grávidas dão a luz ao mesmo tempo e as crianças, além de crescerem rápido e serem loiras, possuem olhos penetrantes que obrigam qualquer um a fazer o que elas querem.
A sequência começa centrada em um jovem chamado Paul com inteligência extraordinária. Logo, Paul reúne outras crianças e o pesadelo se reinicia. Village teve ainda uma refilmagem feita por John Carpenter em 1995 e tem centenas de referências na cultura pop, inclusive nos Simpsons.
He’s walking like a small child
But watch his eyes burn you away
Black holes in his golden stare
God knows he wants to go home
4) The Wicker Man
Ah, mais uma baseada em um filme clássico. Faixa de abertura do The Brave New World, de 2000, sua inspiração vem do filme The Wicker Man, de 1973, estrelando Christopher Lee (O Homem de Palha, aqui no Brasil). O filme mostra um detetive chegando em uma ilha procurando por uma garota desaparecida, mas acabaria se tornando alvo de sacrifício pelos habitantes, que seguem um estranho ritual.
O filme serviu de inspiração para uma série de outros filmes com o mesmo tema, como a própria refilmagem homônima, de 2006, com Nicholas Cage (chamado aqui de O Sacrifício, mas muito aquém do original), o filme Sacrifício, de 2016, com Radha Mitchell, e o recente Midsommar, de 2019.
You watch the world exploding every single night
Dancing in the sun a newborn in the light
Brothers and their fathers joining hands and make a chain
The shadow of the Wicker Man is rising up again
3) Brave new world
Admirável mundo novo, é um livro de Aldous Huxley sobre uma sociedade distópica, onde um regime totalitário tem controle total sobre as vidas dos indivíduos. O livro tem várias adaptações e derivados, como os filmes homônimos de 1980, 1998 e uma série de 2020, mas o conceito também aparece, por exemplo, em Gattaca — A Experiência Genética, de 1997 e muitos outros.
Particularmente neste álbum, a expressão “Brave New World” tem um significado a mais, já que ele trouxe a volta de Bruce Dickinson e de Adrian Smith, inaugurando uma nova fase na banda, mais progressiva, mas sem deixar a desejar nem um pouco aos clássicos álbuns dos anos 80.
Dying swans, twisted wings
Beauty not needed here
Lost my love, lost my life
In this garden of fear
I have seen many things
In a lifetime alone
Mother love is no more
Bring this savage back home
2) Sign of the Cross
Mais uma do X-Factor, desta vez a faixa de abertura. Claramente inspirada no livro de Umberto Eco, O Nome da Rosa, que narra a história de um jovem monge recém chegado em um mosteiro na Idade Média, no qual começam a acontecer estranhos assassinatos. O livro ganhou adaptação para o cinema em 1986, estrelado por Sean Connery e Christian Slater.
Possivelmente uma das melhores faixas desse álbum, mas não ganhou destaque na época, muito provavelmente por conta da voz de Blaze, que infelizmente não conseguia chegar nos mesmos tons de Bruce. A coisa mudou quando este último voltou para a banda e, durante a turnê do Brave New World, cantou-a no Rock in Rio de 2001.
A letra é profunda, já que trata mais dos temas de religião e espiritualidade — obviamente presentes no livro — do que sobre a história dos assassinatos em si.
And the guilty’ll bleed when that moment comes
They’ll be coming to claim, take your soul away
The sign of the cross
The name of the rose
A fire in the sky
The sign of the cross
1) Rime of the Ancient Mariner
Preferida por muitos dos fãs da banda, a música tem 13:39 minutos de duração, detendo o recorde da banda por anos, até o lançamento de “Empire of the Clouds”, em 2015, com mais de 18 minutos. Também não se trata exatamente de um livro ou filme, mas de um poema de Coleridge, que narra a história de um marinheiro e sua tripulação.
O marinheiro mata um albatroz, pássaro símbolo de boa fortuna, por pura maldade. Como resultado, uma maldição recai sobre toda a tripulação, de maneira que o navio fica estagnado no mar, sem ventos soprando suas velas e sem maré para empurrá-lo. A tripulação começa a sofrer de fome e de sede, até que surge um navio vindo do horizonte, misteriosamente aproximando-se deles. A tripulação é de apenas 2: a Morte e a Morte em Vida.
Elas jogam os dados pela tripulação e 200 homens tombam, sem suspiro ou rugido. Apenas o marinheiro é poupado, mas seu destino foi pior do que a morte. Sobreviver com a culpa, até ele ver as criaturas do mar e ficar maravilhado com sua beleza. Ele então pede em seu coração que Deus as abençoe. Nesse momento, a maldição é quebrada, o navio afunda e o marinheiro é incumbido de contar sua história aonde quer que ele vá.
Com uma letra profunda e lírica, acaba sendo uma experiência à parte acompanhar ela ao vivo, com a interpretação de Bruce a cada verso.
A quadrinista brasileira Camila Torrano deu sua própria interpretação a essa lenda em seu álbum A Travessia, de 2013.
Menção Honrosa: Tears of a Clown
E já que estamos falando de livros, filmes e séries, eu não poderia deixar de falar de Tears of a Clown, que homenageia o fantástico ator Robin Willians, que cometera suicídio em 2014 após anos de luta contra a depressão. No ano seguinte o Iron lançaria seu 16º álbum de estúdio, do qual essa música faz parte. Deixo vocês com essa fantástica e poderosa letra.
All alone in a crowded room
He tries to force a smile
The smile it beamed or so it seemed
But never reached the eyes, disguise
Masquerading as the funny man do they despise
The false smile maketh of the man
Glass empty or half full
Try to make some sense or sorrows drown
All looks well on the outside
Underneath the solemn truth
There’s something that inside has died
Tomorrow comes, tomorrow goes
But the cloud remains the same
Wonder why he’s feeling down
Tears of a clown
Maybe it’s all just for the best
Lay his weary head to rest
Was forever feeling drowned
Tears of a clown
Who motivates the motivator?
Facade it has to go
He knows it sooner or later
Smile for cameras all OK
But tomorrow is another day he must get through
He had a longer way to run
Or so the story goes
Life full of fun, where did it go?
We saw the sadness in his eyes
It came as no surprise
And now of course we’ll never know
Tomorrow comes, tomorrow goes
But the cloud remains the same
Wonder why he’s feeling down
Tears of a clown
Maybe it’s all just for the best
Lay his weary head to rest
Was forever feeling drowned
Tears of a clown
Tomorrow comes tomorrow goes
But the cloud remains the same
Wonder why he’s feeling down
Tears of a clown
Maybe it’s all just for the best
Lay his weary head to rest
Was forever feeling down
Tears of a clown, tears of a clown
Tears of a clown, tears of a clown