Atos de Vingança: uma das melhores sagas “inter-títulos” que a Marvel já fez?

Leonardo Melo
15 min readMay 17, 2021

A “casa das ideias” é conhecida por, frequentemente, promover sagas megalomaníacas que vão impactar em todos os seus títulos e vão “mudar as coisas para sempre”. Atos de Vingança, contudo, parte de uma premissa simples e traz alguns resultados bem legais.

Nos EUA, a saga foi publicada no final de 1989 e início de 1990, mas só chegaria aqui no Brasil em 1993. Na época, a Editora Abril até aproveitaria o marketing em cima de 30 anos dos Vingadores (criados em 1963) para promovê-la. A ideia aqui é bastante simples: os vilões estão cansados de serem usados de saco de pancadas dos mesmo super-heróis, há anos. Então, por que não trocar de inimigos e usar o elemento surpresa para derrotá-los?

Genial, não? E em qualquer outro universo, o plano provavelmente daria certo, mas aqui é a Marvel e eles não podem matar os super-heróis, senão no mês seguinte teriam que vender coco na praia. Então, é claro que os vilões vão voltar pra casa com as mãos abanando mais uma vez e, embora a gente saiba disso, é divertido de ver como se dá todo o processo. Hora, essa já não é a premissa básica de qualquer HQ de super-herói?

A saga começa em Hulk # 121 e espalha-se por todos os títulos da Marvel que a Abril publicava na época. Vou fazer um resumo aqui do que acontece em cada título, considerando a ordem de lançamento, mas isso não necessariamente reflete na ordem cronológica dos acontecimentos. Isso porque a Abril não se preocupava muito com a cronologia das coisas. Ela tinha 6 títulos na época (Hulk, Homem-Aranha, Superaventuras Marvel, Capitão América, X-Men e Wolverine. Teia do Aranha também era publicada, mas apenas com históricas clássicas do teioso) e para a editora mais importava encontrar um jeito de encaixar os mais de 20 títulos mensais da Marvel nessa meia dúzia. Desta forma, as 58 edições que fizeram parte da saga lá nos EUA (segundo a wikipedia) foram condensadas em 17 edições aqui, ao longo de 3 a 4 meses.

Lembrando, é claro, que cada edição no formatinho da Abril geralmente trazia 3 ou 4 títulos originais. Ainda assim, muita coisa ficou de fora (como sempre ficava, na época da Abril) mas várias dessas histórias na fazem realmente parte do cerne da coisa, como ficará claro ao longo do post.

Hulk # 121

O Mago, velho inimigo do Quarteto Fantástico e líder do Quarteto Terrível, é capturado e enviado para a GRUTA, a prisão de segurança máxima para criminosos com superpoderes. Contudo, ajudado por uma figura misteriosa, ele provoca uma fuga em massa da prisão, o que acaba sendo o estopim para os Atos de Vingança.

A sequência de eventos, contudo, não fica muito clara. Não fica esclarecido se o misterioso benfeitor é o mesmo vilão que reúne o “círculo interno” logo em seguida. Também a história termina abruptamente, com o Homem de Ferro e Gavião Arqueiro aparentemente tendo sucesso em impedir a fuga, mas aí nada mais é dito sobre ela daqui em diante.

Na história seguinte, vemos apenas o Dr. Destino enviando o Gárgula Cinzento para enfrentar o Hulk, ou seja, partirmos do pressuposto que o círculo interno já está está formado — Dr. Destino, Caveira Vermelha, Mandarim, Rei do Crime, Mago e Magneto — mas só vemos essa formação acontecer, de fato, de forma muito dispersa ao longo dos títulos, não havendo um “início” dos planos, o que torna difícil estabelecer uma cronologia de acontecimentos. Mas ok, vamos em frente.

X-Men # 58

Como o próprio prefácio da edição diz, o X-Factor e os Novos Mutantes estão fora da Terra e os X-Men foram dados como mortos, o que deixaria os grupos mutantes de fora dessa. Mas é claro que as coisas não funcionam assim e o Mandarim em pessoa se alia ao Tentáculo para tentar dominar a mente de Psylocke. Vai sobrar, é claro, para Wolverine segurar a barra, numa história em 3 partes argumentada por Chris Claremont e ilustrada por Jim Lee.

Superaventuras Marvel # 134

A maioria dos heróis não fazem a menor ideia do que está acontecendo. Apenas passam a ser atacados por vilões de quem nunca tinham ouvido falar e provavelmente estão até hoje se perguntando o motivo disso. É o caso do Demolidor, que estava passando por uma de suas fases mais legais nos quadrinhos, com o argumento de Ann Nocenti e a arte de John Romita Jr. Destino traz Ultron de volta e o envia contra o Homem sem Medo, que estava às voltas com uma mulher sintética e os Inumanos. A história continua na próxima edição.

O curioso dessa edição é que, não relacionada a Atos de Vingança, traz uma história do Surfista Prateado que mostra o retorno de Thanos, iniciando uma sequência de eventos que culminaria, dali a alguns meses, na saga Desafio Infinito, outro crossover que mostraria os maiores heróis da Marvel contra Thanos, então detentor das seis jóias do infinito.

A edição traz ainda uma história do Thor (na fase em que ele era Eric Masterson) contra o Fanático. O deus do trovão, que estava sendo enfraquecido por algum motivo, só consegue sobreviver com a ajuda dos Novos Guerreiros, grupo que, pela Abril, só faria sua estreia dali a 2 meses. Estão começando a entender como é difícil organizar uma cronologia nos títulos da Editora?

Homem-Aranha # 122

Talvez seja no título do Aranha em que a saga mais brilhe, apesar dos eventos principais se passarem nos títulos dos Vingadores. Na época, ele tinha três títulos mensais nos EUA (Amazing Spider-man, Spetacular Spider-Man e Web of Spider-Man) e, por conta disso, a participação dele na saga acabou sendo um pouco maior do que dos demais heróis. Os roteiros estavam a cargo de David Michelinie e Gerry Conway, enquanto a arte variava entre Todd McFarlane, Erik Larsen, Sal Buscema e Alex Saviuk.

Aqui o aracnídeo ganha poderes cósmicos, o que fez os fãs mais antigos torcerem o nariz na época. “Como assim? Não faz o menor sentido!”. E realmente não faz, mas é justamente aí que reside a graça do negócio. No Aranha, completamente atrapalhado do jeito que é, tendo de lidar com os poderes de um deus.

Os Atos de Vingança contra o Aranha já começam com o Mago enviando contra ele ninguém menos que Graviton, um inimigo dos Vingadores com o dom de controlar a gravidade. Para chamar a atenção do herói, Graviton simplesmente faz o prédio do Clarim Diário levitar. Ele vai atrás de Graviton, leva uma surra, mas sai vivo. Logo depois, é abordado pelo Ardiloso, que o Tocha Humana chamava de “Pete-pote-de-pasta”. E também só escapa por muito pouco.

É aqui também que vemos a figura misteriosa reunir o círculo interno. Chamando a si mesmo de “Mercador de Poder” e fazendo o papel de lacaio, ele explica ao Rei do Crime seu plano de Atos de Vingança, ao passo que Dr. Destino, Mago e Magneto já estão reunidos. O Rei duvida do plano, mas concorda em ajudar.

Nesse meio tempo, Peter Parker ajuda um professor em um experimento de energia e, inadvertidamente, acaba ganhando seus novos poderes. Poderes que se provam muito úteis quando ele tem de enfrentar o Ardiloso novamente. Em seguida, Destino envia Titânia, inimiga da Mulher-Hulk, contra o aracnídeo. O confronto destrói o centro da cidade e o Aranha leva uma surra, por estar se contendo.

Mas ninguém tem sangue de barata e o herói acaba explodindo, liberando uma rajada de energia que quase mata Titânia. Para Destino, não foi uma total derrota, já que ele teve a chance de analisar os novos poderes do herói.

Capitão América # 171

Coincidentemente, eu falei dessa edição recentemente em post no qual eu citava as referências à série Wandavision. Wanda mal tem tempo de se recuperar das mudanças em seu marido e da destruição de seus filhos, pois os Vingadores da Costa Oeste — aqui na fase de John Byrne — são atacados pelos Alienígenas, inimigos do Hulk.

Na costa leste, a ilha dos Vingadores é atacada por robôs, que acabam submergindo-a. Apenas Quasar está presente para defender a base, mas pouco pode fazer. Ao mesmo tempo, o tal “Mercador de Poder” recruta o Caveira Vermelha, que envia o Controlador contra seu velho inimigo. O vilão então consegue controlar Namor, o Príncipe Submarino, e enviá-lo contra o Capitão América.

Hulk # 122

Sebastian Shaw se junta aos Atos de Vingança e decide usar o Hulk Cinza contra o Homem-Aranha cósmico, oferecendo-lhe apenas dinheiro. Sim, não faz o menor sentido, mas mesmo assim o Hulk vai até Nova Iorque enfrentar o herói, que, após um breve confronto, consegue lançá-lo ao espaço com um simples gancho de direita. Em seguida o Aranha o resgata e os dois ficam quites. Na mesma edição, Quasar enfrenta o Homem-Absorvente.

Wolverine # 18

Aqui temos mais um caso que não faz diferença alguma no arco principal da saga. Wolverine chega na cidade de Tierra Verde, onde ajuda um grupo de heróis contra traficantes locais, e acaba tendo de enfrentar o Tubarão-Tigre. Não fosse por uma página mostrando o Rei do Crime falando com o presidente do país, ninguém perceberia que a história “faz parte” de Atos de Vingança. Tanto que a edição seguinte, na qual a trama em Tierra Vierde continua, nem entra no checklist da saga.

X-Men # 59

Segunda da parte da história com Psylocke, agora assumindo a identidade de Lady Mandarim. Wolverine, em sua identidade de Caolho, chega a Hong Kong com Jubileu. É claro, não demora para que ele bata de frente com o Tentáculo e, consequentemente, com sua velha amiga.

Também essa edição traz uma das histórias mais legais de toda a saga, na qual o Justiceiro enfrenta os Carniceiros, velhos inimigos dos X-Men. A porradaria come solta.

Superaventuras Marvel # 135

A conclusão do confronto de Ultron com o Demolidor. Aqui há uma personagem com o qual o demônio se relaciona, chamada apenas de “Número Nove”, uma mulher sintética que desperta o interesse do vilão. Talvez apenas por conta dessa distração, e pela ajuda dos Inumanos, que o Demolidor tenha conseguido derrotá-lo, pois se Ultron tivesse conseguido pegá-lo desprevenido na Cozinha do Inferno, o resultado com certeza teria sido diferente.

Aqui também temos Thor investigando a origem de sua fraqueza e chegando, é claro, até Loki, que se revela como sendo a verdadeira identidade do “Mercador de Poder”. Revelação que deveria ter acontecido apenas mais próximo da conclusão da saga, sendo que aqui estamos ainda na metade. Novamente, o problema de “encaixar os títulos”, não importando muito a ordem cronológica.

Temos, ainda o Quarteto Fantástico enfrentando alguns vilões de segunda sem a menor dificuldade, enquanto se preparam para depor no tribunal a respeito de uma lei de registro de super-heróis. E isso, vejam, 17 anos antes da saga “Guerra Civil”.

Homem-Aranha # 123

Acreditando que os novos poderes do Aranha possam ser manifestações tardias de poderes mutantes, Magneto decide enfrentá-lo em pessoa, mas após um breve confronto, conclui que estava equivocado e decide deixar o herói em paz.

Mas paz é algo que o herói não terá, já que tem ainda de enfrentar os Irmãos Grimm e Golias, ao mesmo tempo em que luta para controlar os poderes cósmicos e nem desconfia que o Dr. Destino monitora cada passo seu.

Capitão América # 172

O Capitão vai atrás do Controlador para conseguir um de seus discos e assim, poder ajudar Namor a sair de seu controle, numa história que se passa ao mesmo tempo que o confronto de Thor e dos Novos Guerreiros contra o Fanático. Os Vingadores são atacados pela Força Federal (o grupo formado pelos antigos membros da Irmandade de Mutantes — Blob, Pyro e Avalanche) enquanto que os Vingadores da Costa Oeste têm de lidar com os monstros do Toupeira.

Ao final dos confrontos, os heróis finalmente concluem que alguém está atacando não apenas os heróis em todo país, mas querem, principalmente, destruir os Vingadores.

Hulk # 123

A partir daqui o Hulk não mais se envolve com os Atos de Vingança, por estar participando de um arco solo contra o Louco, que o envenenou e iniciou uma “Contagem Regressiva”, saga que continuaria por mais três edições. Mas nessa edição temos outra história bem legal do Justiceiro, ilustrada por ninguém menos que Jim Lee.

Aqui, Castle tem de enfrentar o Guerrilheiro, velho inimigo do Demolidor, e os dois logo percebem o quanto são parecidos, apesar de estarem em lados opostos. O vilão consegue dar uma bela surra no vigilante, só não o matando por não considerar uma morte “artística”. Mas Castle vai ao seu encalço e os dois se enfrentam novamente.

X-Men # 60

Na conclusão do arco de Wolverine e Psylocke, Logan deixa a mutante psíquica entrar em sua mente, a ponto de ficar perturbada com seus demônios. Isso a livra do controle do Mandarim e os dois, junto com Jubileu, unem forças e partem para cima do vilão.

Superaventuras Marvel # 136

Não relacionado aos Atos de Vingança, o Demolidor encontra o Coração Negro, enquanto a história do Quarteto no tribunal continua com mais ataques de vilões. Eles conseguem deter todos, a lei de registro não passa e Destino faz uma aparição apenas para explicar o que aconteceu.

Destino, aliás, que decide partir para a ofensiva contra o Justiceiro (confronto que, por sinal, é mencionado em Hulk # 123, fazendo ainda mais confusão cronológica) para ganhar uma aposta com o Rei. Frank mal escapa de um primeiro confronto, e decide ir até a Latvéria para roubar do vilão algo de valor e assim trocar por sua vida.

Lá ele encontra Kristoff, que acredita ser o verdadeiro Dr. Destino e governa a Latvéria em seu lugar. O Justiceiro escapa com um quadro dos pais de Doom e consegue barganhá-lo para que este o deixe em paz. A história também se passa ao mesmo tempo em que o confronto dos Vingadores com a Força Federal mostrada em Capitão América # 172.

Homem-Aranha # 124

As maquinações do Dr. Destino culminam nessa edição, que talvez seja o ponto alto de toda a saga. Ele reativa um robô chamado TESS-1 e o envia para coletar as energias do Aranha, que ainda luta contra seus novos poderes. Ele fica cego de dor cada vez que seu sentido de aranha é ativado, não faz a menor ideia de como os poderes funcionam, começa a ouvir uma voz sempre que os usa e pra piorar, o público lhe considera uma ameaça.

O confronto com TESS-1 faz com que ele acabe destruindo metade da cidade, o que só piora a situação. Peter sente o peso do fardo, afirmando que quanto maior o poder, maior é a responsabilidade. Em seguida, o Mago envia contra ele a criatura artificial conhecida como Homem-Dragão e o herói tem de enfrentá-lo no metrô. Peter só não morre queimado por conta dos novos poderes, que também lhe permitem criar um uniforme novo a partir das moléculas do próprio ar.

Ele dá cabo do Homem-Dragão e, após salvar todos os passageiros do trem, acaba tendo a credibilidade restaurada. Destino, que planejava transferir a energia coletada por TESS-1, acaba acarretando uma explosão em seu laboratório, sabotado pelo misterioso “benfeitor” que, quem leu SAM # 135, já sabe que é o Loki.

Curiosamente, também é nessa edição que vemos a estreia dos Novos Guerreiros, que já haviam feito sua aparição em SAM # 134, ajudando o Thor contra o Fanático.

Capitão América # 173

A conclusão da saga está aqui e não poderia terminar de outro jeito. Vilões não sabem trabalhar em equipe, tem egos inflados e, honestamente, o que esperar de um grupo que tem em suas fileiras Magneto, um judeu, e o Caveira Vermelha, um nazista?

É óbvio que eles começam a brigar entre si e a coisa começa a ir por água abaixo quando o Mandarim se antecipa e decide atacar os Vingadores sozinho. O Mago decide intervir e, por conta da ousadia, o vilão chinês decide deixá-lo para os lobos enquanto foge. Percebendo o fracasso próximo, Destino explode sua armadura, revelando ter sido um robô o tempo todo.

Nesse momento, Thor se junta a seus aliados, revelando ser Loki a mente por trás dos Atos de Vingança o tempo todo. A própria existência dos Vingadores é uma constante lembrança do fracasso do vilão, já que foram seus atos, anos atrás, que acabaram culminando na origem do grupo. Os heróis então deixam o Mago escapar, apenas para seguir sua assinatura energética e encontrar o filho menos preferido de Odin.

A essa altura, o Rei já tinha picado a mula e Mago, Mandarin e Caveira aproveitam para fazer o mesmo, deixando Loki sozinho para sofrer a ira dos heróis. Após a derrocada, Magneto ainda vai ao encalço do Caveira Vermelha e o deixa preso numa cela subterrânea da qual não há saída, exceto para quem sabe voar.

Os Vingadores e o Quarteto, então, auxiliam as autoridades a devolver a maioria dos criminosos de volta à GRUTA.

As Consequências

Grandes sagas da Marvel sempre deixam consequências, em maior ou menor escala e, embora quase sempre temporárias, valem a menção. A primeira delas recai imediatamente sobre o teioso, em Homem-Aranha # 125. Loki, inconformado por ter sido derrotado uma vez mais, decide deixar um “presente” para Midgard (Terra): ele une três Sentinelas anti-mutantes em um só corpo, com a diretriz de destruir uma usina nuclear em Long Island, o que provocaria uma catástrofe sem precedentes.

O Aranha pressente o perigo e então descobre que a real origem desses poderes era justamente prevenir essa catástrofe: “Quando um sério perigo ameaça a humanidade, uma coisa chamada Força Enigma elege um campeão e ele é imbuído com os poderes do Capitão Universo. Mas os experimentos do Dr. Lubisch bloquearam parte da energia, assim eu recebi os poderes sem saber a razão”.

Arram, tá bom. Só ignora o fato de quem ninguém nunca ouviu falar dessa tal Força Enigma nem antes e nem depois dos Atos de Vingança. Mas tudo bem. Agora com o uniforme de Capitão Universo, o Aranha vai atrás do Tri-Sentinela e esgota seus poderes para detê-lo. O vilão ainda seria reconstruído pela Fundação Vida, e o Aranha se aliaria a Nova para detê-lo, o que só aconteceria em Homem-Aranha # 145.

Um outro fato que acontece em Capitão América # 176 não chega a ser uma consequência, mas eles estão limpando a zorra dos confrontos ocorridos durante os Atos de Vingança quando têm de lidar com um novo plano de Nebulosa, e recebem ajuda do Aranha para isso.

Mas tem uma edição bem legal que, por sinal, foi a segunda revista do Aranha que eu comprei na vida e devo ter lido umas duzentas vezes. Ela parte do pressuposto que talvez alguns de vocês estejam pensando, se chegaram até aqui: “ah, os outros heróis conseguiram se sair bem nos Atos de Vingança, mas o Aranha só sobreviveu porque tinha os poderes cósmicos!”

Pois bem. Em Homem-Aranha # 129, o Camaleão, que então disputava o domínio do crime em NY com o Rei e o Cabeça-de-Martelo, decide contratar todos os vilões que o Aranha enfrentou durante os Atos de Vingança — Graviton, Titânia, Ardiloso, Irmãos Grimm e Golias — e mandá-los contra o Aranha… de uma vez só!

Assim, Graviton faz o que fez da outra vez para chamar atenção do herói: levita o prédio do Clarim Diário e dê-lhe porradaria de novo! O Aranha leva uma surra e Graviton finaliza mandando o herói pro espaço. Eles vão coletar a recompensa e não encontram o Camaleão, mais sim evidências que sugerem que ele trabalha junto com o Rei. Tudo um plano do vilão, claro, para fazer os bandidos matarem seu rival.

O Aranha consegue voltar a terra firme pegando carona num 747 e vai ter com os vilões, dessa vez vencendo-os facilmente e, de quebra, salvando o Rei do Crime de virar geleia.

Ufa. Coisa, hein? A Marvel sempre fez sagas com essa, como a Guerra do Alto Evolucionário, Ataques Atlantes e outras, que não são necessariamente “interligadas”, mas como eu disse no início, Atos de Vingança, apesar de partir de uma premissa bem simples, acabou gerando resultados bem bacanas, em especial no título do Aranha. Algumas dessas edições certamente valem correr atrás nos sebos da vida.

Post original: Atos de Vingança: uma das melhores sagas “inter-títulos” que a Marvel já fez? — Quadrinhópole (quadrinhopole.com)

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